A indústria da construção civil sofre influências de um conjunto de fatores que se relacionam
dinamicamente com o setor. Políticas econômicas que proporcionaram o crescimento da renda familiar e
do emprego, aumento do crédito ao consumidor, maior oferta de crédito imobiliário e manutenção da
redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de diversos insumos da construção foram
responsáveis pelo crescimento do setor nos últimos anos. A indústria da construção civil exerce influência
sobre diversos setores da economia, seja através de sua alta taxa de geração de emprego, renda e
impostos, ou pela geração de demanda em outros setores. O papel da construção civil como vetor do
crescimento econômico é usualmente mensurado pelo tamanho relativo do seu produto como
proporcionalmente à renda nacional e por sua ampla rede de ligações setoriais e elevado efeito
multiplicador de emprego. Outra característica deste setor é a baixa demanda por importações, o que não
pressiona a balança comercial com o aumento de sua atividade. Estudar a economia da construção é vital
para se compreender sua dinâmica e os fatores políticos, sociais e econômicos que estão ligados ao seu
desenvolvimento. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar os aspectos econômicos da construção
civil no Brasil, baseando-se em informações e indicadores dos últimos anos. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa exploratória, utilizando análise documental. Os documentos analisados são relatórios de
órgãos oficiais (como IBGE, BNDES, Ministérios) e instituições de classe (SINDUSCONs, CBIC,
ABRAMAT). Os resultados obtidos confirmam a relevância do setor para a economia: em média, o setor
cresceu a uma taxa anual de 5%; a participação no PIB passou de 4,7% para 5,7% nos últimos 10 anos;
houve também um aumento de 52% no nível de emprego. A partir destes resultados, podem-se gerar
perspectivas para o desenvolvimento do setor e da economia geral para os próximos anos.

Nas economias em desenvolvimento, o setor da CC é tipicamente mais vigoroso que
outros setores nas primeiras fases de desenvolvimento econômico, em virtude do
processo de industrialização e urbanização experimentado por alguns países. Dessa
forma, em países menos desenvolvidos, o desenvolvimento econômico leva ao aumento
da participação da indústria da CC no PIB (BON, 1992).
É comum analisar a relevância de um determinado setor para uma economia através da
investigação de sua contribuição para a geração da riqueza total gerada por esta região
(país, estado ou cidade). O Produto Interno Bruto (PIB) tem sido uma medida de análise
consagrada para este fim, pelo que se justifica sua adoção neste trabalho.
Convém destacar que o PIB pode ser calculado a partir de três perspectivas (SOUZA,
2012): ótica da produção, ótica da demanda e ótica da renda. Por se tratar da análise de
um setor (CC), as perspectivas mais adequadas são aquelas da produção e da demanda,
que representam, respectivamente, quanto um setor econômico está produzindo ao
mercado (a jusante), e quanto ele está demandando em insumos do mercado fornecedor
(a montante). Destarte, os indicadores que serão abordados neste estudo são: (i)
formação bruta de capital fixo; (ii) valor adicionado bruto; (iii) taxa de investimento e
nível de investimentos; (iv) nível de geração de empregos. Esses indicadores refletem a
dinâmica do setor e permitem comparações com índices da economia como um todo.

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