Pontos cegos das máquinas pesadas: conheça e evite acidentes

Os pontos cegos das máquinas pesadas são uma das principais preocupações em canteiros de obras e espaços de trabalho com atividade mista de trabalhadores e equipamentos.

Neste artigo, explicamos o que é ponto cego, como identificá-los e trazemos exemplos de pontos cegos em algumas das principais máquinas no mercado para auxiliar na prevenção de acidentes. Confira:

Principais pontos cegos em máquinas pesadas

Os pontos cegos existem por diversos fatores, como disposição da cabine e posição dos implementos. Como cada máquina possui um design distinto, é preciso entender melhor quais partes ficam “escondidas” durante a operação.

Pontos cegos em Minicarregadeiras

Na minicarregadeira, o operador fica dentro de uma estrutura de proteção contra capotagem (as cabines ROPS), sendo que uma gaiola o mantém seguro e deixa o motor atrás dele.

Por conta dessa configuração, a visibilidade frontal é excelente, mas a visibilidade lateral e a traseira são limitadas.

O que torna a operação de minicarregadeira especialmente perigosa é a capacidade de girar rapidamente dentro do próprio raio de giro. Ou seja, é como se a máquina conseguisse quase dar um “peão” no próprio eixo. 

A situação mais comum é que trabalhadores caminhem em direção à máquina para falar com o operador e, esse, sem ver a movimentação, gire o equipamento na direção do trabalhador, fora do seu campo de visão.

Assim, é fundamental que todos sejam educados a não se aproximar de máquinas em operação e movimento, para reduzir a possibilidade de acidentes.

Pontos cegos em Pás Carregadeiras

As pás carregadeiras possuem pontos cegos atrás da cabine do operador, causados pelo cofre do motor traseiro que bloqueia a visão, com uma cabine ROPS com janelas de vidro em todos os lados, apenas a parte traseira é completamente obstruída. 

Contudo, os espelhos da máquina conseguem oferecer visibilidade lateral e traseira parciais, ampliando a percepção do espaço de trabalho para o operador.

As pás carregadeiras são usadas em uma ampla gama de atividades, entre elas, frequentemente, o carregamento de caminhões. 

Normalmente, após escavar a pilha com a caçamba, a máquina recua rapidamente, girando na direção oposta ao caminhão. O mesmo vale para a volta.

Nesses momentos de movimento rápido com ação da caçamba é que estão as maiores chances de acidentes envolvendo os pontos cegos.

Pontos cegos em Escavadeiras Hidráulicas

Comparadas às minicarregadeiras e pás carregadeiras, as escavadeiras hidráulicas apresentam diferenças tremendas no campo de visão.

As cabines dessas máquinas são deslocadas para o lado esquerdo, criando pontos cegos atrás e à direita. Além disso, os braços, lança e caçamba da escavadeira também ocultam parte da visão do operador dentro da máquina. 

Ao usar as escavadeiras hidráulicas, os operadores devem sempre estar atentos aos espelhos, em especial o esquerdo, para garantir que ninguém passa atrás durante a atividade. 

Outra preocupação ação-chave para garantir maior segurança no espaço de trabalho é verificar visualmente a posição e direção de movimento de cada trabalhador no espaço. Isso ajuda a mapear e entender melhor para onde vão e de onde saem.

Pontos cegos em Retroescavadeiras

As retroescavadeiras mais modernas possuem excelente visibilidade, com campo de visão ampliado graças à capacidade do banco do operador de girar para trabalhar com a caçamba ou com a retro em si. 

Por essa razão, as chances de acidentes por pontos cegos com as retroescavadeiras em cabines ROPS com campo de visão adequado e operação seguindo os procedimentos corretos são muito baixas. 

Outras dicas de segurança

Uma operação segura no espaço de trabalho não se resume a mapear os pontos cegos em máquinas pesadas. É necessário ir além e garantir que o canteiro de obras ou espaço de trabalho esteja em conformidade com todas as normas regulamentadoras, seja a NR 12 NR 22 , 15 ou outras mais. 

Em outro artigo, listamos as 7 melhores dicas para segurança no canteiro de obras. Confira abaixo quais são:

  1. Certifique e garanta o uso de EPIs e EPCs;
  2. Siga e revise sempre as normas regulamentadoras de segurança em obras;
  3. Faça manutenção preventiva de máquinas e equipamentos;
  4. Regularize a limpeza e organização do canteiro de obras;
  5. Eduque os colaboradores para prevenção de riscos;
  6. Planeje a segurança no canteiro de obras antes de começar as operações;
  7. Faça revisões periódicas das políticas de segurança.

É importante lembrar que cada R$1,00 investido em segurança gera retorno médio de R$3,00 em redução de manutenções corretivas, despesas por acidentes e indenizações, multas por descumprimento de normas e mais. 

A maior parte dos acidentes não é por falha de máquinas ou problemas no local de trabalho, mas por falta de atenção, displicência e falta de informação dos trabalhadores. Por isso, é papel dos gestores fornecer treinamento adequado a toda a equipe. 

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